23 militantes do Rio são inocentados! Viva a luta popular!

As manifestações que tomaram as ruas em 2013 e 2014 no Brasil foram marcadas por várias demonstrações de ação direta e combatividade popular - que não podem ser analisadas de modo rasteiro e desonesto. Foi um dos momentos em que as pautas populares - do transporte, combate aos megaeventos, reivindicação por investimentos na saúde e educação, resistência contra as remoções e despejos, evidenciaram a insatisfação generalizada das classes oprimidas no Brasil. Com o avançar da luta, a repressão estatal atingiu várias regiões brasileiras e muitos manifestantes foram presos e processados. O caso emblemático de Rafael Braga, um catador de materiais recicláveis negro e preso por estar "portando" uma garrafa de desinfetante, explicitou a política de extrema violência, repressão e racismo da polícia militar no período. Oficialmente, foram mais de 837 pessoas feridas pela repressão policial (sendo 117 jornalistas) e 16 pessoas mortas durante os protestos.

Não bastasse toda repressão sofrida nas ruas, tivemos os casos de invasão de espaços políticos - como ocorrido no Rio Grande do Sul, com a entrada da polícia civil à sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG) -, a perseguição e vigilância contra militantes, pressão psicológica contra familiares de militantes, entre outros expedientes. No campo da legalidade, a investida promovida por dez anos pelo estado do Rio de Janeiro, ao buscar condenar, através da Lei de Segurança Nacional, 23 militantes que estiveram nas lutas do período. O endurecimento da repressão e perseguição estatal durante as Jornadas de Junho de 2013 afastou setores da esquerda e dos movimentos populares das ruas, criando um vácuo político que abriu margem para a ação de organizações conservadoras, que repudiavam as demandas populares.

Nesta terça, dia 19, ocorreu o último julgamento a respeito do caso carioca. A OSL esteve entre as organizações presentes no ato em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde os 23 militantes foram finalmente absolvidos das acusações promovidas pela repressão das manifestações de junho de 2013. Toda militância popular e revolucionária não deve, jamais, se ausentar da luta e solidariedade de classe aos que são perseguidos pelo sistema capitalista-estatista.

Viva a luta popular e combativa de 2013! Que maior combatividade e organização impulsionem novas lutas e novas conquistas!

OSL, 20 de março de 2024