Parar Israel é urgente! Pela libertação do povo palestino!

Mais de oito meses depois do início de um novo banho de sangue promovido por Israel contra o povo palestino, a perspectiva de uma solução para o fim do massacre ainda é incerta. A entidade colonial sionista não encontra barreiras para impor seu programa de destruição e morte, enquanto segue com apoio das potências do Ocidente.

Até o momento são mais de 45 mil palestinos mortos (incluindo 10 mil soterrados), sendo cerca de 20 mil crianças e mais de 10 mil mulheres, mais de 100 jornalistas, além de dezenas de milhares de pessoas feridas. Oitenta por cento da Faixa de Gaza foi destruída, e dois milhões de palestinos se concentram em Rafah: são considerados refugiados em sua própria terra, submetidos à fome, à falta de medicamentos e a constantes bombardeios. Nem o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra Netanyahu, nem os constantes apelos internacionais por cessar-fogo foram suficientes para interromper o processo de limpeza étnica promovido por Israel.

Desde outubro do ano passado, os Estados Unidos enviaram mais de 12 bilhões de dólares de ajuda militar a Israel. A entidade sionista serve aos EUA como um aliado estratégico no Oriente Médio, para atender a interesses imperialistas na região. Outros países como Reino Unido e Alemanha também mantêm fortes laços com Israel. Apesar de o governo de Netanyahu ter sido mais sanguinário do que esperavam as grandes potências, esses países não deixaram de apoiar o Estado de Israel no massacre em curso.

Parar Israel em sua sanha genocida é a mais urgente tarefa dos movimentos populares e revolucionários a nível internacional. Nos países do centro do capitalismo, é preciso que a classe trabalhadora mantenha os atos que denunciam o massacre, e exijam que os estados interrompam a ajuda militar a Israel e cessem relações diplomáticas, pelo menos até o fim da ofensiva. Os acampamentos em universidades dos EUA, que também se reproduziram em outros países, foram um importante movimento da juventude em defesa do povo palestino. Mas ainda é preciso massificar esses movimentos para que Israel deixe de ter apoio internacional.

Países periféricos, como o Brasil, também têm um papel a cumprir nessa questão. No que tange à análise em torno das relações internacionais, foram importantes as declarações de Lula contra o massacre promovido por Israel, além da posição do Estado brasileiro em apoio à denúncia feita pela África do Sul no Tribunal Penal Internacional, porém, foram aquém do que seria o necessário. Por exemplo, não houve qualquer ação mais concreta de represália à entidade sionista, como o fim das relações diplomáticas. Vale lembrar que Israel vende armamentos e softwares de segurança para o Brasil – tanto palestinos como brasileiros são vigiados e mortos com armas do sionismo israelense.

Por aqui, é necessário fortalecer as ações de denúncia do massacre e, ao mesmo tempo, a realização de ações nas ruas — aproximando das lutas a própria comunidade árabe/mulçumana que tem sofrido com as perseguições, ameaças e violência em várias regiões no Brasil. Podemos citar manifestações de rua, debates e os próprios acampamentos, como o que ocorreu na USP, Unicamp e em outras universidades recentemente. Como parte da propaganda sionista, universidades israelenses promovem convênios internacionais com universidades mundo afora, e é preciso denunciar e impedir essa prática intolerável vinda de um Estado de Apartheid.

Não é possível que as potências ocidentais sigam sustentando os crimes de Israel, um estado fundado e mantido com a opressão e extermínio de palestinos, e que há oito meses promove uma série de atrocidades na Faixa de Gaza. Israel como entidade sionista deve ser derrotado, assim como foram derrotadas a África do Sul do Apartheid, a Alemanha nazista e outras experiências extremistas.

Defendemos o direito à autodeterminação do povo palestino, bem como à autodefesa contra a violência do Estado de Israel. Os palestinos devem ser livres para construir as próprias instituições sociais e forjar seu futuro. Como anarquistas, visamos a uma sociedade pautada pela autogestão e democracia direta, antiestatista e anticapitalista, diferentemente de alguns modelos societários do Oriente Médio. O fim da colonização e a libertação da opressão de Israel é a condição fundamental para que o povo palestino possa buscar seu próprio caminho para formas de autogoverno socialistas e libertárias.

PALESTINA LIVRE, DO RIO AO MAR!
VIVA A LUTA DO POVO PALESTINO!

OSL, 17 de junho de 2024.