Em um movimento de resistência e luta, mais de 4 mil trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da educação municipal de Belo Horizonte decidiram em assembleia no dia 12 entrar em greve a partir de 24 de fevereiro. Uma nova assembleia nesta quinta, dia 20, vai discutir o movimento. Contratados pela empresa MGS (Minas Gerais Administração e Serviços S.A.) ou por meio dos Caixas Escolares, esses profissionais têm demonstrado sua força coletiva diante da intransigência do governo Fuad/Damião e da MGS, que seguem ignorando reivindicações legítimas e urgentes da categoria.
A decisão pela greve vem da indignação frente à proposta insuficiente de reajuste apresentada por MGS, Caixas Escolares e pela prefeitura, hoje comandada por Álvaro Damião (União Brasil). Os trabalhadores exigem a recomposição da inflação somada a um aumento real de 10%, além da equiparação salarial com outros profissionais que desempenham funções similares em Belo Horizonte e região, e o fim da escala 6x1.
Apesar da justificativa do governo de que "não houve tempo suficiente" para apresentar uma nova proposta, os trabalhadores decidiram conceder um prazo até esta quinta-feira antes de iniciar a greve por tempo indeterminado. A categoria está no limite e deixou claro que não aceitará mais exploração, precarização e invisibilização de seu trabalho, que é essencial para o funcionamento das escolas.
A terceirização do trabalho na educação tem se mostrado um dos principais fatores da precarização enfrentada por esses profissionais. Ao serem contratados por empresas intermediárias, eles perdem direitos, recebem salários mais baixos e ficam sujeitos a vínculos empregatícios frágeis e instáveis. Essa estrutura dificulta a organização sindical e permite que governos e empresas transfiram responsabilidades, agravando a desvalorização da categoria e comprometendo a qualidade da educação pública. É preciso lutar para destruir esse modelo que trata a educação como mercadoria e os trabalhadores como descartáveis.
Independentemente dos governos de plantão, as classes oprimidas seguem lutando para defender seus interesses, e essa mobilização é mais um exemplo de resistência. Assim como a recente vitória dos povos originários e dos trabalhadores da educação no Pará demonstrou, somente a luta organizada orientada pela ação direta e a independência de classes pode barrar ataques e avançar em conquistas.
Desde dezembro, as negociações com a Prefeitura e a MGS não avançaram, e nem mesmo as demandas mais básicas foram atendidas. Caso a greve se concretize, o impacto será sentido em toda a rede municipal, evidenciando a importância desses trabalhadores para o funcionamento da educação pública.
A solidariedade de classe é a nossa maior força! A luta das terceirizadas e dos terceirizados é a luta de toda a classe trabalhadora!
Organização Socialista Libertária (OSL)
Fevereiro de 2025